Do arquivo à circulação das imagens e de volta para o arquivo
Entre os dias 5 e 7 de julho, de sexta a domingo, o Museu de Arte da Pampulha recebeu a artista mineira Rosângela Rennó para um encontro com os criadores contemplados pelo programa Bolsa Pampulha 2018/2019.
No decorrer do encontro, a artista conversou com os bolsistas sobre o andamento dos seus projetos de pesquisa, tendo como foco ações relacionadas à organização e à apropriação de imagens, sejam elas encontradas ou buscadas. Autora de numerosos trabalhos criados a partir da apropriação de fotografias oriundas de arquivos públicos, privados e institucionais, Rosângela refletiu ainda sobre o que defende como um novo estatuto da imagem: do antigo modelo centrado em álbuns e arquivos, passamos agora a um contexto no qual as imagens são produzidas para circular, desestabilizando noções de tempo, memória e autoria.
No sábado, Rosângela Rennó conduziu uma atividade aberta aos bolsistas e ao público em geral, realizada a partir do compartilhamento de arquivos fotográficos de diferentes origens e características, trazidos pelos participantes. No último dia da imersão, a artista apresentou aos visitantes do Museu de Arte da Pampulha alguns de seus projetos mais recentes, todos relacionados à organização de imagens produzidas por outras pessoas, dentre os quais a exposição Foto Cine Clube Bandeirante: do arquivo à rede (2016) e os projetos Rio Utópico (2017-2018) e Good Apples/Bad Apples (2018-2019).
Rosângela vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Artes Plásticas pela Escola Guignard e em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais. É doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Sua obra é marcada por apropriação de imagens descartadas, encontradas em mercados de pulgas e feiras, e pela investigação das relações entre memória e esquecimento. Em suas fotografias, objetos, vídeos ou instalações, trabalha com álbuns de família e imagens obtidas em arquivos públicos ou privados.